No paddock do SuperBike Brasil, um nome vem chamando a atenção pelo desempenho, maturidade e carisma: Pedro Balla. Com apenas 18 anos, o piloto vem conquistando vitórias consecutivas na categoria 650cc e já traça metas ambiciosas para os próximos anos. Batemos um papo direto com ele, no clima descontraído do box, e ele falou de tudo: evolução nas pistas, desafios, mentorias, redes sociais e até superstição.
Confira a entrevista abaixo.
“Comecei pequeno, mas com um sonho enorme”
Pedro relembra o início de tudo com brilho nos olhos. Em 2017, quando estreou na Junior Cup, ele ainda era apenas um garoto apaixonado por motos, mas já sonhava grande. A evolução foi rápida: Ninja 400, Yamaha R3 e, atualmente, a competitiva 650cc. Cada etapa trouxe aprendizado e mais sede por velocidade.
— CFox: Pedro, quando foi que você percebeu que queria viver da motovelocidade?
— Pedro Balla: Foi em 2017, quando entrei na Junior Cup. Eu era só um garoto querendo acelerar, mas já com aquele brilho no olho, sabe? Daí veio a Ninja 400, depois a Yamaha R3, e hoje tô na 650cc. Cada categoria me ensinou alguma coisa. Agora tô focado em crescer mais, degrau por degrau.
“A 650 é uma escola. Mas quero subir logo”
Apesar dos resultados expressivos, Pedro encara a atual categoria como um passo dentro de uma escada bem definida. A ciclística da 650cc, segundo ele, é um ponto forte, ideal para pilotos em transição, mas a falta de potência nas retas mostra que o próximo salto está logo ali.
— CFox: Você está com 100% de aproveitamento até agora. Isso já te dá confiança pra pensar nas 1000cc?
— Pedro: Com certeza. Meu objetivo é ser campeão esse ano na 650cc. Mas a cabeça já tá em 2026, pensando nas 1000. A 650 tem uma ciclística excelente, é ótima pra quem tá em transição, mas ela tem suas limitações na reta. A escadinha é clara: 650, 600 e depois a rainha, que são as 1000cc.
O foco agora é fechar 2025 com o título, para então mirar, em 2026, nas tão desejadas superbikes de 1000 cilindradas — onde a elite da motovelocidade brasileira acelera forte.
“Não gosto de ‘story triste’. Quero motivar”
Pedro também é um dos pilotos mais ativos nas redes sociais. Mas diferente de muitos, ele trata isso como extensão da sua carreira, uma verdadeira vitrine para os bastidores da vida de um piloto.
— CFox: Você também tem uma presença forte nas redes. Isso é parte da estratégia?
— Pedro: Total. Hoje, o piloto tem que ser completo. Dentro e fora da pista. Tento passar algo positivo, motivar a galera. Não gosto de postar reclamação, ‘story triste’. Prefiro mostrar o que rola nos bastidores, a ralação, as vitórias, a parte divertida. Isso traz mais fãs e ajuda até com os patrocinadores. Lançamento de macacão, por exemplo, bomba!
A intenção é clara: atrair novos fãs, inspirar os mais jovens e manter uma imagem positiva que valorize também seus patrocinadores. Lançamentos de equipamentos, bastidores de treinos e até momentos descontraídos no box são parte do conteúdo que ele compartilha com autenticidade.
“Ver criança se inspirando em mim? Mexe comigo”
— CFox: E como é pra você, tão novo, já ser referência pra crianças?
— Pedro (sorri, emocionado): É doido, né? Às vezes uma criança chega no box, me abraça e fala: “quero ser igual a você”. Mexe muito comigo. Eu tento mostrar que é possível, mas tem que ralar. Tem que acordar cedo, treinar, cair, levantar, cair de novo… e levantar mais forte.
E é justamente essa exposição que fez com que ele se tornasse referência para crianças que frequentam os autódromos com os olhos brilhando. Pedro reconhece a responsabilidade e não esconde a emoção quando fala dos pequenos fãs que já o veem como espelho.
“Cajuru é mestre e engraçado ao mesmo tempo”
Nos bastidores da equipe, uma figura especial se destaca: Cajuru. Veterano, conhecido e respeitado no paddock, é também mentor e parceiro de risadas de Pedro. Uma amizade que une descontração e foco, sem perder a leveza que marca o ambiente da equipe.
— CFox: E no box, como é dividir espaço com um cara como o Cajuru?
— Pedro: Cara, é aprendizado o tempo todo. Ele é uma lenda e, ao mesmo tempo, o cara mais engraçado do paddock. A gente ri muito, mas quando fecha o capacete, é foco total. Aprendi com ele a importância de saber separar o momento da diversão e o da entrega.
Essa conexão é um diferencial que poucos pilotos têm tão cedo na carreira: alguém experiente para guiar, apoiar e passar ensinamentos dentro e fora da pista.
“Tem uma corrente que nunca tiro”
Pedro também carrega um lado mais espiritual. Como muitos pilotos, ele tem seus rituais, que o conectam com o que há de mais íntimo. Uma corrente no pescoço, homenagem a alguém querido que partiu, o acompanha em cada largada. É uma forma de manter os pés no chão e o coração forte.
— CFox: Tem algum ritual antes da largada?
— Pedro: Sempre. Uso uma corrente especial, que é de uma pessoa muito querida que já se foi. E antes de entrar na pista, eu sempre paro, fecho os olhos e agradeço a Deus. Isso me dá força e equilíbrio. Pode parecer simples, mas me conecta com algo maior.
“Quer correr? Corre atrás!”
Com discurso maduro e postura de quem sabe o que quer, Pedro finaliza com uma mensagem inspiradora para quem sonha em viver da motovelocidade. É a fala de alguém que já entendeu que talento é apenas parte da equação — o resto vem de muito trabalho, disciplina e coragem.
— CFox: Se você pudesse mandar um recado pra quem sonha estar aí onde você está, qual seria?
— Pedro: Acredita. Mesmo quando ninguém mais acreditar, acredita você. O caminho não é fácil, mas é real. Tem que suar, abrir mão de muita coisa, mas quando você ouve o motor gritar na pista… tudo faz sentido. Se você quer, corre atrás. Literalmente.
Próximos passos
Além do foco nas corridas, Pedro também anunciou uma surpresa para os fãs que estiverem presentes na próxima etapa do SuperBike Brasil: um sorteio de pulseiras no evento, como forma de estreitar ainda mais a conexão com o público que o acompanha de perto.
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