A invasão das motos chinesas no Brasil nos anos 2000: revolução e desafios

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Uma onda silenciosa, porém poderosa, mudou o mercado brasileiro de duas rodas: nos anos 2000, mais de 30 marcas chinesas desembarcaram por aqui, com junções, joint ventures e fábricas locais em Manaus e Suape. O Brasil, líder em demanda, se tornou terreno fértil para nomes como Sundown (com tecnologia Qingqi e Zongshen), Traxx (Jialing), Shineray, Kasinski (após fusão com Zongshen), Green, FYM e outros .

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Chegar foi fácil — permanecer, nem tanto

Marcas chinesas entraram com força: Traxx, Sundown, Shineray e Kasinski instalaram fábricas e parcerias para produzir motos entre 50 cc e 250 cc — focando na mobilidade urbana acessível .

  • Traxx (Jialing) inaugurou fábrica em Manaus em 2007, com capacidade para 100.000 motos/ano, mirando no 5º lugar do mercado até 2009 .
  • Shineray também montou no Nordeste (Suape, 2011), com investimento de R$130 milhões e capacidade para 300.000/ano.
  • Sundown se aliou à Qingqi e Zongshen, surfou a onda e atingiu quase 5% do mercado em 2007

Por que deu certo?

  • Preco competitivo: modelos abaixo de R$ 4 mil, como as “cinquentinhas” tipo Star 50 e Traxx Star 50 .
  • Estratégia local: produção nacional (fábricas de Suape e Manaus), garantindo competitividade tributária.
  • Parcerias estratégicas: tecnologia chinesa alinhada ao ajuste de peças nacionalizadas (~65%) .
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Limites e dificuldades

  • Qualidade e pós-venda nem sempre satisfatórios — reputação de peças difíceis e assistência falha .
  • Normas ambientais exigiam injeção eletrônica e catalisadores, o que pressionou novos investimentos após 2008
  • Concorrência e regulação: Yamaha, Honda e Yamaha passaram a reagir com preços e até ações jurídicas — e muitos modelos chineses foram descontinuados após 2012.

Resultados e consequências

MarcaPosiçãoEvolução
Traxx5° lugarSobrevive ativa com modelos até 250 cc
SundownAté 3ª (2004–2007)Quebrou em 2011, retomou sob controle, mas perdeu força
KasinskiAlta em 2003–2009Vendida em 2009 p/ Zongshen, encerrou em 2014
ShinerayTerceira hojeSustentável, 18 anos de produção, forte distribuição

Essas histórias ainda importam?

  • Revela como o Brasil virou mercado estratégico para indústrias chinesas.
  • Mostra a complexa logística industrial: importação, montagem local, adaptação legal.
  • Ensina que preço baixo não é tudo — qualidade, pós-venda e adaptabilidade técnica são decisivos.
  • Exibe o auge da modernização da mobilidade urbana brasileira.

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