A Ducati chegou ao Mundial de Superbikes (WorldSBK) com uma proposta renovada. Nos primeiros testes privados e sessões de avaliação, a versão atualizada da Ducati Panigale V4 R – a máquina que carrega as esperanças da fabricante italiana de retomar a hegemonia ou consolidar seu domínio – começou a mostrar seu potencial. As primeiras impressões, colhidas junto à equipe e ao ambiente do paddock, apontam para uma moto mais redonda e com evoluções significativas em relação ao modelo anterior.

O atual campeão Álvaro Bautista, que tem uma relação de intimidade com a versão anterior da Panigale, foi um dos primeiros a pilotar a nova evolução. Segundo relatos, o espanhol enfatizou os avanços na eletrônica e no controle de tração, itens cruciais para a saída de curvas e a aceleração. “A moto parece mais ‘conversadora’, mais previsível. Conseguimos um ganho em como ela transfere a potência para o asfalto, o que é fundamental para o ritmo de corrida”, teria comentado o piloto, sob anonimato de quem acompanhou os testes.
Do outro lado da garage oficial, Nicolò Bulega, que vem se adaptando ao time factory, também teria aprovado as mudanças. A sensação de maior estabilidade no freio e à entrada das curvas foi um ponto frequentemente citado. A equipe de engenharia parece ter trabalhado para dar mais confiança ao piloto em situações de desaceleração brusca, um momento crítico nas corridas de Superbike.
Onde a evolução mais aparece?
Os relatos iniciais sugerem que a Ducati não focou apenas em extrair mais cavalos de potência do motor V4, que já era uma unidade propulsora brutal. A estratégia parece ter sido mais sofisticada: refinar a usabilidade da potência que já existia.
- Eletrônica Afiada: O pacote de software recebeu atenção especial, com mapas de motor e de controle de tração mais progressivos e menos intrusivos. Isso permite que os pilotos acelermem mais cedo, sem aquele “cut” brusco da injeção, mantendo a moto estável.
- Chassi e Balanceamento: Pequenos ajustes na geometria do chassi e no balanceamento da moto buscaram um meio-termo ideal entre a agilidade para mudanças de direção e a estabilidade em retas de alta velocidade.
- Freios e Aerodinâmica: Componentes revisados no sistema de freio e possíveis ajustes no carenagem e nasas alares (winglets) completam o pacote, visando uma melhor eficiência e controle.
Cenário Competitivo: a resposta da concorrência
É claro que a temporada do WorldSBK não se resume à Ducati. Rivais de peso como Kawasaki (com Jonathan Rea), Yamaha e a BMW – que vem investindo pesado – também trouxeram suas próprias evoluções. A sensação no paddock é de que a nova Panigale chega para manter ou aumentar a vantagem que tinha no final de 2023, mas a batalha promete ser acirrada.
A primeira prova oficial da temporada será o termômetro real. Os testes são sempre otimistas, mas a pressão da corrida, a disputa por posições e a escolha de pneus Pirelli é que trarão a verdadeira resposta.

Expectativa para a Estreia
A estreia da temporada do WorldSBK está marcada para o final de fevereiro, no Phillip Island Grand Prix Circuit, na Austrália. O circuito rápido e que exige muito da estabilidade das motos será o palco perfeito para confirmar se as primeiras impressões positivas da nova Ducati se traduzirão em um desempenho avassalador ou se a concorrência conseguiu encurtar a distância.
Uma coisa é certa: a Ducati parece não ter dormido no ponto. A nova Panigale chega ao grid não como uma revolução, mas como uma evolução consciente e bem-direcionada, que recebeu o selo de aprovação inicial de seus principais pilotos. A temporada promete fogo.
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