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Davide Brivio, da Trackhouse, fala sobre 2025 no MotoGP e perspectivas futuras

Em 2024, a Trackhouse entrou no cenário do MotoGP ao assumir o lugar deixado pela RNF, tornando-se equipe satélite da Aprilia.
Com isso, toda a estrutura – técnica, organizacional e esportiva – teve que ser construída em pouco tempo. Neste cenário, o papel de Davide Brivio como líder do projeto é central: ele precisa equilibrar ambição, paciência e estratégia.

Na entrevista, Brivio comenta desde decisões de pilotos até os desafios logísticos e financeiros envolvidos, passando por parcerias, identidade de equipe e suas aspirações a médio e longo prazo.

Situação atual da equipe

Brivio admite que a equipe ainda está em fase embrionária no MotoGP, comparando o processo ao de um “start-up” no esporte. É necessário consolidar elementos básicos: estrutura técnica, recursos humanos qualificados, sistema de dados, logística eficiente, entre outros aspectos.

Ele ressalta que nem tudo será perfeito desde o começo — haverá erros —, mas que o planejamento cuidadoso pode mitigar riscos. Estabilidade e consistência serão tão importantes quanto os resultados pontuais.

Decisões de pilotos e formação do grid para 2025

Uma das decisões mais comentadas foi a montagem da dupla de pilotos para 2025. Raúl Fernández foi confirmado para seguir com a Trackhouse, e Ai Ogura seria promovido ao MotoGP para ocupar a segunda vaga.

Brivio explica que, na escolha de Ogura, fatores de desempenho, potencial de aprendizado e compatibilidade de projeto foram determinantes, mais do que simplesmente a nacionalidade.

Houve especulações sobre trazer Joe Roberts para a equipe, e Brivio reconheceu que isso chegou a ser avaliado, inclusive com conversas nos bastidores.
Mas, segundo ele, os dados e análises apontaram para Ogura como a escolha mais promissora.

Fernández, por sua vez, comenta que o apoio e a orientação de Brivio têm sido importantes para seu preparo mental e adaptação ao nível competitivo.

Ogura admite que o salto para o MotoGP exige ajustes — pneus Michelin em vez dos Pirelli usados no Moto2, mais potência, exigência física —, mas afirma que no primeiro teste ele conseguiu rodar com consistência e rapidez, compatível com outros novatos na categoria.

Relação com a Aprilia e parcerias técnicas

Para Brivio, uma das chaves para o sucesso será a colaboração estreita com a Aprilia e outros parceiros técnicos que possam aportar know-how, recursos e integração ao projeto.

Ele argumenta que não basta apenas investimento financeiro; é necessário também que os parceiros compartilhem visão de longo prazo, fiquem comprometidos nos momentos difíceis e estejam alinhados culturalmente.

Brivio admite que é inevitável que a equipe precise recorrer a acordos estratégicos externos para acelerar seu desenvolvimento, principalmente considerando a concorrência no MotoGP.

Desafios financeiros, logísticos e operacionais

O dirigente ressalta que o MotoGP exige muito mais do que uma boa moto: envolve transporte internacional, equipe de mecânicos e engenheiros, infraestrutura de dados e telemetria, recursos humanos capacitados, cadeia de suprimentos, entre outros.

Implementar tudo isso em curto prazo é difícil, mas Brivio indica que já estão trabalhando para construir passo a passo. Ele destaca que será fundamental gerir bem os recursos, evitar desperdícios e aprender com os erros inevitáveis.

Além disso, ele menciona que a credibilidade da equipe depende também de entregar resultados visíveis — ainda que modestos — para atrair patrocinadores, motivar a equipe e manter a confiança dos parceiros.

Metas e expectativas para 2025

Para 2025, Brivio estabelece expectativas realistas: melhorar o desempenho da moto, permitir que os pilotos evoluam, suportar a pressão das corridas e brigar mais frequentemente entre os 10 primeiros. Ele reconhece que ainda não será possível disputar títulos, mas espera que a equipe já mostre sinais de competitividade.

Ele enfatiza que não está interessado apenas em uma “temporada boa”, mas na construção de uma trajetória ascendente sustentável ao longo dos anos.

Visão de longo prazo e legado

Quando perguntado onde quer ver a Trackhouse daqui a alguns anos, Brivio projeta uma equipe respeitada, constante, capaz de disputar pódios de forma regular e com identidade própria.

Para isso, ele acredita que o sucesso dependerá da conjunção de vários elementos:

  • evolução técnica contínua
  • estabilidade na gestão
  • fortalecimento de parcerias
  • escolha de pilotos com perfil alinhado
  • cultura interna de médio a longo prazo

Em resumo, ele quer que a Trackhouse deixe de ser uma “novata” para se tornar uma potência sustentável no MotoGP.

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