No cenário cada vez mais competitivo da motovelocidade brasileira, montar e manter uma equipe profissional não é tarefa fácil. E quem encara esse desafio de frente é o Mana, chefe da equipe Ipiranga/BioLev, que vem ganhando espaço e respeito no grid do Moto1000GP.
Em conversa exclusiva com o canal CFox83, Mana compartilhou os bastidores dessa trajetória, que começou com incertezas, mas hoje já demonstra consistência e visão de longo prazo. “A gente tá tentando fazer uma equipe profissional de corrida, e isso nunca ia ser fácil. Mas aos poucos, com muito trabalho, estamos chegando lá.”
A equipe, que começou pequena, agora conta com patrocinadores de peso como Ipiranga Lubrificantes, BioLev, Alpinestars e First — marcas de dentro e fora do mundo do motociclismo. Para Mana, o segredo está em conectar as empresas ao público certo. “Esse público existe, é real. Basta olhar ao redor nos autódromos, nas arquibancadas. Só falta mais tradição e organização no setor.”
A estratégia da equipe também está centrada no crescimento técnico e no apoio a novos talentos. Atualmente, além do piloto Té na GP1000, o time conta com Zamperete na nova categoria Triumph Daytona 660, e promete trazer mais um piloto a partir da próxima etapa.
A história com Té vai além da pista: ele é filho de Mana. E se ser pai já não é simples, ser pai e chefe de equipe ao mesmo tempo exige ainda mais equilíbrio. “Coach e pai não combinam muito. A gente precisou aprender a separar as coisas com o tempo. Hoje temos um papel bem definido: o Pitico cuida da parte técnica, do desenvolvimento da moto, e eu fico mais na engenharia e comunicação com os pilotos.”
Essa divisão clara de funções tem ajudado a equipe a se estruturar com mais profissionalismo. O Pitico, conhecido e respeitado no meio, atua como uma espécie de diretor técnico, cuidando de tudo que envolve o desempenho das máquinas — do acerto de suspensão à leitura de telemetria.
Um dos grandes diferenciais da equipe é a coragem de entrar na GP1000 com uma Kawasaki ZX-10R, a única moto japonesa do grid em meio a modelos europeus bem mais caros. “Essa moto é incrível na rua, mas precisa de muito mais desenvolvimento para se tornar competitiva na pista. Nosso desafio é esse: provar que ela pode brigar com motos que custam o dobro.”
A proposta da equipe é clara: trazer a realidade do motociclista de rua para as pistas. Mostrar que é possível competir em alto nível com uma moto que qualquer entusiasta pode comprar na concessionária. E, aos poucos, essa missão está sendo cumprida com dignidade — e resultados cada vez mais sólidos.
Com o amadurecimento do time, os bastidores também vêm ganhando mais estrutura. Mana comenta que em 2025 a equipe está mais organizada, com planos de expansão e melhorias contínuas em todas as frentes. “O objetivo é ter uma equipe cada vez mais forte, tanto na pista quanto fora dela.”
Além da competição, o time Ipiranga/BioLev também aposta no conteúdo digital e na presença nas redes sociais para se aproximar do público e valorizar seus pilotos. “A motovelocidade tem muito a crescer no Brasil. Mas a gente precisa sair da bolha. Mostrar para mais gente o quão incrível é esse universo.”
Com paixão, estratégia e visão empresarial, Mana e sua equipe estão escrevendo uma nova história na motovelocidade brasileira — uma que conecta a rua com a pista e mostra que com dedicação, é possível fazer muito com pouco.
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