O sobrenome Adib pode não soar familiar de imediato para quem acompanha o alto escalão do motociclismo nacional, mas no paddock do SuperBike Brasil, ele já carrega peso de tradição e, agora, de protagonismo. Com apenas 15 anos, Eric representa uma geração que cresceu respirando gasolina e hoje acelera em busca de títulos. Entre capacetes customizados e conselhos familiares, ele vive seu melhor momento na Supersport 400.
“Cresci cercado por pilotos e motores”
Logo no início da conversa, Eric revelou que o motociclismo está no sangue — literalmente.
— “Meu avô foi piloto, meu pai também. E ele ainda é customizador de capacetes. A casa sempre teve o cheiro da pista.”
Apesar da linhagem, não foi fácil convencer o pai a embarcar nesse sonho. Segundo ele, quem realmente deu o empurrão inicial foi a mãe.
— “Minha mãe que me colocou mesmo na moto. Aos 11 anos, comecei na Honda Junior Cup. Meu pai era meio contra no início… Dizia que era um esporte caro e difícil. Hoje, ele é meu maior parceiro.”
“Na 400cc, o desafio é outro nível”
2025 marca a quinta temporada de Eric no SuperBike Brasil, e ele encara com seriedade sua caminhada na Supersport 400. O nível técnico subiu — e os desafios também.
— “Na Junior Cup, eu era apertado no começo. Mas fui evoluindo. Hoje, na 400, o ritmo é diferente. Você precisa ser muito mais técnico.”
Na 3ª etapa em Interlagos, uma queda forte colocou em xeque sua confiança. Mas o piloto usou o episódio como aprendizado.
— “Foi duro. Mexeu com a cabeça. Mas o foco ficou. Agora a meta é clara: marcar pontos em todas as etapas, não me desgarrar e buscar o título.”
“Eu e o Lucas temos aquela rivalidade boa”
Um nome recorrente nas disputas com Eric é o de Lucas Mendes, outro jovem talento da 400cc. A relação entre os dois vai além da pista.
— “Somos amigos dentro e fora da pista. A rivalidade existe, claro, mas é limpa. Um ajuda o outro.”
Essas disputas sadias são reflexo da nova geração da motovelocidade brasileira, cada vez mais profissional, mesmo na base.
“Cascavel é loucura total. Londrina… aquela subida!”
Ao falar das pistas mais desafiadoras do calendário, Eric não pensa duas vezes:
— “Cascavel é loucura total. Rápida, técnica, perigosa… mas me sinto bem lá.”
E completa:
— “Londrina seria a mais difícil se não tivesse aquela subida. Ela dá um alívio na sequência, mas mesmo assim é tensa.”
Esses circuitos exigem concentração máxima — e é aí que entra o preparo emocional e técnico que ele vem lapidando nos últimos anos.
“A Race 22 é minha segunda família”
Eric compete pela equipe Race 22, onde o clima de união e confiança é visível. Mais do que uma estrutura técnica, a equipe é um suporte emocional que ele valoriza.
— “Se você não confia nos seus mecânicos, não confia em ninguém. Lá é tudo muito alinhado.”
Entre os nomes de confiança estão Maurício e Lucas, mecânicos que também são pilotos e que ajudam a manter o ritmo e a moral da equipe em alta. Mas há uma figura que segue sendo central em cada largada: o pai.
— “Sempre converso com ele antes de subir na moto. É nossa rotina.”
“Quando coloco o capacete, esqueço do mundo”
Cada piloto tem seus próprios rituais, e com Eric não é diferente. A preparação mental começa muito antes da largada.
— “Converso com meu pai, respiro, e quando coloco o capacete, acabou. Só existe a moto.”
Fora da pista, o clima muda. A descontração no box é quase terapêutica.
— “O melhor dos bastidores é a resenha com a galera da equipe. Dá uma leveza boa.”
“Por que torcer por mim? Porque eu luto por isso”
Eric sabe que ainda tem muito a aprender, mas carrega uma história que inspira. Superou dúvidas familiares, enfrentou quedas, amadureceu cedo — e hoje mira o topo.
— “Tenho só 15 anos, mas tô aqui brigando com gente forte. Se você gosta de ver alguém lutando pelo sonho, torce por mim.”
A meta para 2025 está definida: vitórias e, quem sabe, o título da Supersport 400.
— “Quero crescer degrau por degrau. Esse ano é de afirmação.”
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