Eric Adib: A nova geração da motovelocidade brasileira mirando o topo

foto: Mídia CFox83

“Cresci cercado por pilotos e motores”

Logo no início da conversa, Eric revelou que o motociclismo está no sangue — literalmente.

— “Meu avô foi piloto, meu pai também. E ele ainda é customizador de capacetes. A casa sempre teve o cheiro da pista.”

Apesar da linhagem, não foi fácil convencer o pai a embarcar nesse sonho. Segundo ele, quem realmente deu o empurrão inicial foi a mãe.

— “Minha mãe que me colocou mesmo na moto. Aos 11 anos, comecei na Honda Junior Cup. Meu pai era meio contra no início… Dizia que era um esporte caro e difícil. Hoje, ele é meu maior parceiro.”

“Na 400cc, o desafio é outro nível”

2025 marca a quinta temporada de Eric no SuperBike Brasil, e ele encara com seriedade sua caminhada na Supersport 400. O nível técnico subiu — e os desafios também.

— “Na Junior Cup, eu era apertado no começo. Mas fui evoluindo. Hoje, na 400, o ritmo é diferente. Você precisa ser muito mais técnico.”

Na 3ª etapa em Interlagos, uma queda forte colocou em xeque sua confiança. Mas o piloto usou o episódio como aprendizado.

— “Foi duro. Mexeu com a cabeça. Mas o foco ficou. Agora a meta é clara: marcar pontos em todas as etapas, não me desgarrar e buscar o título.”

“Eu e o Lucas temos aquela rivalidade boa”

Um nome recorrente nas disputas com Eric é o de Lucas Mendes, outro jovem talento da 400cc. A relação entre os dois vai além da pista.

— “Somos amigos dentro e fora da pista. A rivalidade existe, claro, mas é limpa. Um ajuda o outro.”

Essas disputas sadias são reflexo da nova geração da motovelocidade brasileira, cada vez mais profissional, mesmo na base.

“Cascavel é loucura total. Londrina… aquela subida!”

Ao falar das pistas mais desafiadoras do calendário, Eric não pensa duas vezes:

— “Cascavel é loucura total. Rápida, técnica, perigosa… mas me sinto bem lá.”

E completa:

— “Londrina seria a mais difícil se não tivesse aquela subida. Ela dá um alívio na sequência, mas mesmo assim é tensa.”

Esses circuitos exigem concentração máxima — e é aí que entra o preparo emocional e técnico que ele vem lapidando nos últimos anos.

“A Race 22 é minha segunda família”

Eric compete pela equipe Race 22, onde o clima de união e confiança é visível. Mais do que uma estrutura técnica, a equipe é um suporte emocional que ele valoriza.

— “Se você não confia nos seus mecânicos, não confia em ninguém. Lá é tudo muito alinhado.”

Entre os nomes de confiança estão Maurício e Lucas, mecânicos que também são pilotos e que ajudam a manter o ritmo e a moral da equipe em alta. Mas há uma figura que segue sendo central em cada largada: o pai.

— “Sempre converso com ele antes de subir na moto. É nossa rotina.”

“Quando coloco o capacete, esqueço do mundo”

Cada piloto tem seus próprios rituais, e com Eric não é diferente. A preparação mental começa muito antes da largada.

— “Converso com meu pai, respiro, e quando coloco o capacete, acabou. Só existe a moto.”

Fora da pista, o clima muda. A descontração no box é quase terapêutica.

— “O melhor dos bastidores é a resenha com a galera da equipe. Dá uma leveza boa.”

“Por que torcer por mim? Porque eu luto por isso”

Eric sabe que ainda tem muito a aprender, mas carrega uma história que inspira. Superou dúvidas familiares, enfrentou quedas, amadureceu cedo — e hoje mira o topo.

— “Tenho só 15 anos, mas tô aqui brigando com gente forte. Se você gosta de ver alguém lutando pelo sonho, torce por mim.”

A meta para 2025 está definida: vitórias e, quem sabe, o título da Supersport 400.

— “Quero crescer degrau por degrau. Esse ano é de afirmação.”

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Confira abaixo a entrevista descontraída que rolou, vale a pena!

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