Estar em Interlagos é sempre especial, mas encontrar um piloto como o Galante no stand da Ducati, ao lado da DesertX suja de barro e cheia de história, é ainda mais empolgante. Já conversamos com ele aqui no canal antes, mas agora o papo foi mais profundo: detalhes técnicos, desafios psicológicos e a preparação intensa para um dos maiores rallies do mundo.
Galante chegou com a moto direto do Rally de Araxá, onde fez um teste completo – dele com a máquina, da máquina com o roadbook, e do conjunto com a poeira, o impacto e os buracos do off-road real. “A gente não lavou nada. A moto tá aqui do jeito que veio, para o público ver como é de verdade”, explicou, convidando os entusiastas a se aproximarem, tirarem dúvidas e conhecerem de perto uma DesertX em ritmo de competição.
A DesertX pronta para o sertão
A moto em exposição não é só uma DesertX qualquer. Embora mantenha a base praticamente original, recebeu uma série de ajustes finos para o rali. O banco foi levemente elevado e alargado para maior conforto em longas horas de pilotagem em pé. As pedaleiras ganharam reforço, e as manoplas foram substituídas por modelos mais macios, ideais para enfrentar trechos esburacados.
No coração do cockpit, Galante instalou as botoeiras para controlar dois odômetros e o roadbook, essencial para a navegação. “Aqui a gente vira piloto e navegador ao mesmo tempo. É como o navegador do carro, mas você mesmo opera o rolo de papel com as indicações”, explicou.
A suspensão dianteira recebeu um trabalho de revalvulação, mas manteve as molas originais. A traseira segue inalterada – um sinal de confiança na base da DesertX. “A ideia é mostrar que com ajustes simples dá pra encarar um rali de verdade”, reforça Galante. Um retrovisorzinho discreto também marca presença, não por estética, mas para cumprir o regulamento técnico da vistoria.
A força das parcerias
A preparação da moto envolve mais que ajustes mecânicos. A parceria com o mecânico China, que também é mentor e chefe de equipe, tem sido essencial. Galante revelou que está praticamente morando na oficina, ajustando a moto e a mente. “Ele me conhece. Sabe que eu gosto de andar forte, mas me fala direto: ‘tira a mão’. O objetivo é completar o rali, não só acelerar.”
Além de China, outras parcerias fortalecem o projeto. A Castrol, patrocinadora de peso com presença também no MotoGP, entrou como aliada para garantir a durabilidade e desempenho da moto em condições extremas. E a RideOF, empresa americana especializada em experiências off-road, também apoia o desafio – mostrando que a DesertX pode ir além da padaria, literalmente.
Treino, superação e o desafio à frente
A rotina de preparação é intensa. Galante tem treinado quase diariamente há mais de dois meses, acumulando cerca de 7.000 km. O foco é manter o corpo e a mente preparados para o desafio. “Pedalo, faço fortalecimento, mas meu principal treino é em cima da moto. Cinco, seis horas por dia, três a quatro vezes por semana.”
Com o Rally dos Sertões se aproximando, a responsabilidade pesa. É a primeira vez que uma Ducati larga oficialmente numa prova dessa magnitude, e Galante sabe da missão: “Mostrar que a moto é capaz e que a gente vai completar o rali.”
A mensagem para o futuro
Na reta final da entrevista, Galante deixa sua reflexão: “A proposta é mostrar que o cara da Big Trail pode estar mais perto da terra. Que o ducatista ou qualquer piloto pode experimentar o mundo off-road. Tudo é possível quando a gente acredita.”
Com o apoio da comunidade Ducatista e dos parceiros, o piloto agora carrega no peito o escudo da Ducati e nos olhos a meta clara de cruzar a linha de chegada dos Sertões. “Tem gente me mandando mensagem dizendo que tá acelerando junto comigo. Isso é gigante. É uma honra.”
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Confira abaixo o vídeo completo da entrevista: