Pastilhas de freio: pequenas, discretas e absolutamente decisivas

foto: Internet

Freio é igual paraquedas: quando você realmente precisa, ele tem que funcionar. E entre os vários componentes do sistema, as pastilhas de freio são as que mais sofrem — e mais são esquecidas por quem pilota. Muita gente trata a pastilha como um item “de desgaste” qualquer, mas elas estão entre os componentes mais decisivos da moto. Uma pastilha errada, gasta ou mal assentada pode significar a diferença entre parar a tempo e beijar o asfalto.

O que são e como funcionam?

Pastilhas de freio são blocos de material de fricção montados sobre placas metálicas que, pressionados contra o disco por ação hidráulica, geram o atrito necessário para desacelerar a moto. Simples no papel, mas sob condições reais — calor extremo, chuva, sujeira, frenagens de emergência — a exigência é brutal.

A cada frenagem, calor, pressão e desgaste entram em jogo. Por isso, o tipo de material da pastilha importa. Muito.

Compostos: qual o mais adequado para sua moto?

  1. Orgânicas (NAO – Non Asbestos Organic)
    • Mais macias, baratas, rodam bem em baixa e média velocidade.
    • Desgastam mais rápido e deixam pó.
    • Boa opção para uso urbano e scooters.
  2. Semimetálicas
    • Intermediárias em desempenho e durabilidade.
    • Equilíbrio entre eficiência e custo.
    • Muito usadas em motos de média cilindrada.
  3. Metálicas / Sinterizadas
    • Alto poder de frenagem, mesmo com aquecimento.
    • Duram muito, mas desgastam o disco com mais intensidade.
    • Ideais para motos de alta cilindrada, uso esportivo e off-road.

Dica estratégica: Pastilha boa não é necessariamente a mais cara, e sim a que conversa bem com o material e condição do seu disco de freio.

Pastilha Freio Dianteira EIS Honda CBR 1000RR Fireblade foto: Internet

Quando trocar?

Você não precisa esperar a moto “cantar freio” para pensar nas pastilhas. Fique de olho nestes sinais:

  • Espessura da pastilha chegando a menos de 2 mm
  • Barulho de ferro com ferro (raspado seco ou agudo)
  • Pedal ou manete mais fundo que o normal
  • Vibração ou ruídos metálicos na frenagem
  • Redução gradual de potência de frenagem

E claro, inspecione visualmente a cada 3.000 a 5.000 km — principalmente se você anda em trecho urbano pesado, em rodovia ou com garupa constante.

Cuidados extras na hora da troca

  • Evite empurrar pistões sujos com força: Isso pode comprometer a vedação do cilindro mestre. Use ferramenta própria ou limpe antes.
  • Jamais instale pastilha nova em disco com sulcos profundos: O assentamento será imperfeito, prejudicando a frenagem.
  • Use graxa de cobre (em pequena quantidade) na parte traseira da pastilha: Isso evita ruídos e vibrações.
  • Após instalar, rode com moderação por 100 a 200 km: É o tempo de assentamento ideal para frenagem eficiente e uniforme.

E os discos?

foto: VAZ

Frequentemente negligenciado, o disco de freio precisa estar em bom estado para que a pastilha funcione bem. Discos com sulcos, empenados ou abaixo da espessura mínima (gravada no próprio disco) devem ser substituídos. Usar pastilha nova em disco ruim é tapar sol com a peneira.

Freio traseiro: ele também merece respeito

Embora menos usado que o dianteiro, o freio traseiro é essencial para estabilidade e controle em situações de baixa velocidade, curvas e frenagens de emergência. Não trate o traseiro como “figurante”, especialmente em motos trail, big trail ou custom.

Para não esquecer!

A pastilha de freio é pequena, barata e silenciosa. Mas ela carrega nos ombros o peso da sua segurança. Pilotar com pastilha gasta ou mal escolhida é como andar de tênis furado em pista molhada — uma hora, escorrega. E aí, pode não ter volta.

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