Representatividade Feminina no Motociclismo: Thati Iagui conta sua trajetória

Durante o lançamento de uma nova Ducati, no meio do burburinho e dos flashes, tive o prazer de conversar com alguém que não apenas respira o motociclismo, mas que também carrega um propósito transformador dentro desse universo. Thati Iagui, piloto, instrutora de pista e agora representante feminina do DOC Alphaville (Ducati Official Club), dividiu comigo um pouco da sua trajetória – e de como tem ajudado a abrir caminho para outras mulheres no mundo das motos.

Logo de cara, Thati deixa claro: “Moto eu amo, moto eu respiro.” A relação dela com as duas rodas começou cedo, lá pelos 4 anos de idade. De lá pra cá, essa paixão só cresceu. Foram anos de pista, competições no SuperBike Brasil, treinos intensos e, principalmente, muita persistência em um ambiente ainda majoritariamente masculino.

De piloto a referência feminina no DOC

A entrada de Thati no DOC Alphaville não foi por acaso. O convite veio com uma missão: trazer mais mulheres para dentro da comunidade Ducati. “Quando o Tuca me chamou pro projeto, entendi que havia um propósito diferente. Era sobre inclusão, sobre representatividade real. Topar esse desafio foi natural pra mim”, conta.

Segundo ela, ainda são poucas as mulheres no motociclismo esportivo. Quando competia no SuperBike, chegou a ser uma das únicas na sua categoria. Hoje, embora o cenário tenha melhorado, a presença feminina ainda representa menos de 10% nos grids.

Mas o objetivo vai além da competição: o DOC quer mulheres em todos os papéis – no comando das motos, na garupa, participando dos passeios, dos eventos, dos bastidores. “É preciso normalizar a mulher no rolê. E o DOC tá sendo um presente pra isso”, completa.

A evolução do mercado e o olhar para o público feminino

Um dado me chamou a atenção durante a conversa: em 2022, mais de 1,3 milhão de motos foram compradas com CPF de mulheres. Mesmo que parte dessas compras tenha sido feita por mães ou esposas, ainda assim, estamos falando de centenas de milhares de motos nas mãos de mulheres – um número que não pode mais ser ignorado.

Thati confirma essa percepção. “Antes você entrava numa loja e só encontrava jaqueta preta, bota masculina, capacete sem ajuste para o rosto feminino. Hoje, as marcas estão mudando. Ainda é pouco, mas a mudança existe. E vem da demanda que nós mesmas estamos criando.”

Além de participar de pesquisas com motoclubes e coletivos femininos, ela faz parte do maior coletivo de mulheres motociclistas do Brasil, trabalhando para transformar essas vozes em resultados concretos no mercado e nas pistas. “A gente já representa 43% do público motociclista. O número tá aí. Agora é hora das marcas, dos clubes e da mídia acompanharem essa transformação.”

Um convite para acelerar junto

O recado da Thati é claro: todas as mulheres são bem-vindas no DOC Alphaville. Não importa se é garupa, piloto iniciante ou veterana de estrada. O importante é estar presente. “Procura a gente. Vem rodar com a gente. Tem espaço pra todo mundo.”

E é por isso que o canal CFox83 segue girando, contando histórias que inspiram e mostrando que o motociclismo é, sim, lugar para todos. Ainda mais quando tem gente como a Thati puxando o pelotão.

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