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Royal Enfield Himalayan 450 Mana Black 2026: a versão que evolui no visual, mantém a essência e surpreende mais do que se esperava

A Royal Enfield expandiu a linha Himalayan 450 com uma versão especial batizada de Mana Black, criada para oferecer um visual mais agressivo e equipado, mantendo exatamente a mesma base mecânica e o mesmo comportamento geral que consolidaram a nova geração da big trail indiana. A proposta da marca é clara: entregar uma moto que segue a filosofia “se está funcionando, não mexa”, adicionando elementos práticos e estéticos que reforçam o caráter aventureiro do modelo.

O nome da edição remete ao Mana Pass, uma das passagens mais altas do Himalaia, reforçando a identidade de exploração que acompanha a família Himalayan. Na prática, a Mana Black é uma variação mais robusta e visualmente marcante, sem alterações profundas no projeto.

Visual e equipamentos exclusivos

A grande diferença dessa versão está no conjunto estético: pintura especial escurecida, gráficos exclusivos e a inclusão de handguards de série, que na Himalayan comum são itens opcionais. Outro ponto de destaque são as rodas com aro raiado compatível com pneus tubeless, uma melhoria muito bem-vinda para quem roda no off-road e quer mais segurança e facilidade em caso de perfurações.

A Mana Black também traz um assento do tipo Rally, mais estreito, mais rígido e 35 mm mais alto que o banco padrão. Isso eleva a altura para algo em torno de 860 mm, modificando a ergonomia e permitindo uma posição mais apropriada para pilotagem em pé — embora alguns pilotos possam considerá-lo menos confortável em viagens longas. O visual geral fica mais alinhado a uma proposta “adventure raiz”, mas sem comprometer o uso cotidiano.

Motor e parte mecânica permanecem intocados

A Moto usa exatamente o mesmo conjunto motriz da Himalayan 450 convencional: um monocilíndrico Sherpa 450 de 452 cc com refrigeração líquida, comando duplo de válvulas e torque generoso em baixa rotação. O motor entrega cerca de 40 cv a 8.000 rpm e aproximadamente 29,5 lb-ft de torque a 5.500 rpm, números que oferecem um desempenho adequado para uso urbano e trilhas leves, mas que naturalmente chegam ao limite em velocidades de cruzeiro mais altas.

O câmbio permanece de seis marchas, com embreagem assistida e deslizante. Esse conjunto continua sendo um dos pontos mais elogiados, especialmente pela suavidade na entrega e pela forma como a moto parece “despertar” abaixo das 3.000 rpm, tornando a condução muito amigável para iniciantes e muito útil em trechos técnicos.

A moto pesa cerca de 196 kg em ordem de marcha, possui tanque de 17 litros, garfo invertido Showa de 43 mm na dianteira e monoamortecedor traseiro com curso generoso. Os freios seguem a mesma configuração da versão base, com disco de 320 mm na frente e 270 mm atrás, acompanhados pelo ABS de dois canais.

Comportamento na pilotagem

Durante os testes, a Mana Black demonstrou exatamente a mesma personalidade da Himalayan tradicional: uma moto dócil, equilibrada e surpreendentemente leve em movimento, apesar dos números. Ela transmite segurança em estradas ruins, calçamento irregular e trilhas leves, mérito da suspensão suave e bem calibrada.

Grande parte da força do motor está disponível logo cedo, o que facilita condução em primeira, segunda e terceira marchas em locais de baixa aderência. A entrega é estável e previsível, sem sustos e com bastante tração nas rodas. Isso reforça o caráter explorador para o qual a moto foi concebida.

Em pistas asfaltadas de melhor qualidade, a suspensão continua confortável, mas demonstra seu limite quando o ritmo aumenta. Em velocidades acima de 60 mph (aproximadamente 95 km/h), o motor começa a vibrar nas mãos e nos pés, e a sensação de que a moto está “trabalhando mais do que deveria” se intensifica. Não é um comportamento inesperado — afinal, trata-se de uma trail de entrada —, mas reforça que a Himalayan 450 não foi pensada para longos deslocamentos em alta velocidade.

Outro ponto observado é o ABS dianteiro, que tende a atuar com facilidade e, em algumas situações, com certa interferência nas frenagens mais fortes. Não chega a comprometer a segurança, mas transmite uma sensação menos refinada em comparação a sistemas de motos mais caras.

Tecnologia, painel e navegação

O painel TFT de 4 polegadas já conhecido da Himalayan permanece na Mana Black. Ele é fácil de ler e oferece navegação integrada, modos de exibição e pareamento com smartphone. Contudo, o sistema de navegação e o controle via joystick ainda carecem de maior refinamento. A usabilidade não é tão intuitiva quanto se espera e o funcionamento depende fortemente do aplicativo, que pode sofrer instabilidades.

No geral, a entrega tecnológica é suficiente para o segmento, mas não representa um diferencial forte da moto.

Pneus e comportamento dos compostos

A versão Mana Black continua saindo de fábrica com pneus CEAT Gripp, que cumprem sua função em uso misto, mas não são os compostos mais aderentes do mercado. Em condições molhadas ou em pilotagem mais agressiva, eles demonstram limitações. Para quem busca maior performance, especialmente no off-road, a troca dos pneus é recomendada.

Por outro lado, a possibilidade de usar pneus tubeless graças às novas rodas é um avanço considerável em termos de conveniência.

Manutenção prática e acessível

Um dos aspectos mais valorizados da Himalayan é a simplicidade mecânica. O acesso ao filtro de ar, por exemplo, é extremamente prático, permitindo limpezas rápidas em viagens. A moto ainda acompanha um kit de ferramentas bem completo, o que reforça o apelo de aventura e reduz custos de manutenção.

Prós e contras da versão Mana Black

Pontos positivos

  • Visual mais agressivo e exclusivo
  • Handguards e rodas tubeless de série
  • Pilotagem muito amigável e equilibrada
  • Ótima performance em baixa rotação
  • Suspensão confortável em uso urbano e off-road leve
  • Manutenção simples e acessível

Pontos negativos

  • Motor vibra em velocidades mais altas
  • ABS dianteiro atua de forma um pouco intrusiva
  • Sistema de navegação precisa de melhorias
  • Assento Rally pode ser desconfortável para alguns pilotos
  • Pneus originais limitam a aderência em determinadas situações

Foi bem testada, hein?

A Royal Enfield Himalayan 450 Mana Black 2026 cumpre exatamente o que promete: uma versão estilizada, mais equipada e com pequenas melhorias funcionais, mas que não altera a essência do modelo. Ela é uma excelente opção para quem busca uma moto robusta, econômica, versátil e pronta para trilhas leves e aventuras do dia a dia — desde que a expectativa não inclua longas viagens em alta velocidade.

A Mana Black eleva o apelo visual da Himalayan e reforça seu espírito explorador sem comprometer o custo-benefício que tornou a linha tão popular em diversos mercados.

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